Infecções Oportunistas em ISTs
INFECÇÕES OPORTUNISTAS
Infecções oportunistas (IO) são infecções causadas por microrganismos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) que frequentemente ocorrem em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. As condições mais comuns que diminuem a imunidade do indivíduo são:
HIV;
Pessoas em tratamento quimioterápico;
Pessoas transplantadas;
Pessoas com doenças autoimunes;
Doenças neuropsiquiátricas.
TRATAMENTO/PREVENÇÃO
Uma das formas mais eficazes para combater uma infecção oportunista é utilizar medicamentos profiláticos, além de realizar consultas e exames médicos frequentes.
A profilaxia das IOs proporcionam a redução da mortalidade de indivíduos imunocomprometidos, sendo esta dividida em primária e secundária.
PRIMÁRIA: visa prevenir a doença, evitando o desenvolvimento dessas infecções em pessoas com exposição prévia a elas. O principal parâmetro para o início e a suspensão da profilaxia é a contagem de Linfócitos T CD4+ (LTCD4+).
SECUNDÁRIA: visa prevenir a recorrência de uma infecção anterior que já tenha recebido tratamento completo.


PNEUMONIA
A pneumonia é uma doença causada por bactérias, geralmente a Streptococcus pneumoniae, vírus tendo como um dos agentes o coronavírus e fungos, comumente afetando pacientes imunocomprometidos.
SINTOMAS
Tosse com secreção;
Febre alta;
Calafrios;
Falta de ar;
Dor torácica ao respirar
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado a partir de exames físicos e clínicos como raio-x do tórax e até mesmo exames de sangue caso necessário.
TRATAMENTO
O tratamento varia de acordo com o causador da doença, sendo antibióticos para bactérias, antifúngicos para fungos e em caso de vírus utiliza-se antirretrovirais.


PNEUMOCISTOSE
A pneumocistose (PCP) é uma infecção oportunista causada pelo fungo Pneumocystis jirovecii, sendo a principal causadora de doenças pulmonares oportunistas em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) com contagem de LTCD4+ abaixo de 200 células/mm³.
SINTOMAS
Febre;
Tosse seca;
Dispneia progressiva;
Fadiga;
Desconforto torácico;
Perda de peso.
EXAME FÍSICO
Taquipneia;
Taquicardia;
Ausculta pulmonar normal ou com estertores finos ao final da expiração.
RADIOGRAFIA
Pode estar normal em até ¼ dos casos de PCP, mas também pode apresentar pneumatoceles e pneumotórax, entretanto o achado radiográfico mais comum é o infiltrado intersticial peri-hilar e simétrico.
ACHADOS SUGESTIVOS
Contagem de LT-CD4+ abaixo de 200 células/mm3 ou sinais clínicos de imunodepressão grave, como candidíase oral;
Dispneia progressiva aos esforços;
Presença de febre, taquipneia e/ou taquicardia ao exame físico;
Desidrogenase láctica sérica elevada;
Hipoxemia em repouso ou após esforço.
DIAGNÓSTICO
Para obter seu diagnóstico definitivo é necessário identificar o agente por meio das colorações de azul de toluidina, Grocott, Giemsa ou técnica de imunofluorescência a partir de espécimes respiratórios. Como a pesquisa direta do agente oportunista em amostras de escarro espontâneo ou induzido geralmente é pouco sensível para PCP, são utilizado as amostras biológicas obtidas por broncoscopia com lavado broncoalveolar e biópsia pulmonar transbrônquica.
TRATAMENTO
A escolha do esquema terapêutico varia de acordo com a gravidade clínica do paciente. Sendo assim, classifica-se a pneumonia em leve a moderada ou moderada a grave para definir a melhor escolha terapêutica.




TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, popularmente conhecida como bacilo de Koch. Devido a sua alta prevalência em PVHA, desde 1998 recomenda-se testar o usuário imediatamente para infecção pelo HIV assim que for realizado o diagnóstico de TB, possibilitando o início imediato da terapia antirretroviral (TARV).
EPIDEMIOLOGIA
Em 2020, registraram-se 10,6 milhões de casos de TB em todo o mundo, segundo a OMS, sendo que, destes, 703 mil casos ocorreram em PVHA.
Segundo a OMS, o Brasil encontra-se entre os 30 países com alta carga para TB e TB-HIV, sendo necessárias medidas estritas para o controle da doença.
SINTOMAS
Tosse por 3 semanas ou mais; (principal sintoma)
Febre vespertina;
Sudorese noturna;
Emagrecimento.
DIAGNÓSTICO
Para seu diagnóstico são realizados: a avaliação clínica, radiografia de tórax e os seguintes exames laboratoriais:
Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou baciloscopia;
Cultura;
Teste de sensibilidade aos fármacos.
TRATAMENTO
O tratamento da tuberculose é composto pelo esquema básico de quatro medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo eles: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
A sua cura só é obtida quando esse esquema terapêutico é feito corretamente até o final, durante o tempo mínimo de seis meses.


CITOMEGALOVÍRUS
O CMV é um DNA vírus de fita dupla da família dos herpes vírus, onde permanece em estado latente após a infecção primária. Em pessoas com avançada imunossupressão (contagem LTCD4+ abaixo de 100 células/mm³) o risco de reativação da doença se eleva.
Os principais locais de infecção são retina, sendo essa a principal causa de cegueira em pacientes com AIDS e aparelho digestivo (esôfago e cólon), além de também poder acometer pulmões, fígado, vias biliares e Sistema Nervoso Central (SNC).
DIAGNÓSTICO
RETINITE: O diagnóstico é clínico e baseia-se no aspecto da lesão retiniana, sendo recomendada a fundoscopia sob dilatação pupilar para a detecção de lesões periféricas.
APARELHO DIGESTIVO: O diagnóstico é realizado por meio de biópsia para identificar a presença de células com inclusão intranuclear.
TRATAMENTO
O esquema terapêutico irá depender do local de acometimento do vírus, sendo mais comum no caso de lesões na retina o uso de Ganciclovir e no aparelho digestivo recomenda-se Valganciclovir.




CANDIDÍASE
A candidíase orofaríngea e/ou esofágica é uma infecção fúngica causada principalmente pelo agente Candida albicans. Comumente acomete PVHA, geralmente, em pessoas com contagem de LT-CD4+ inferior a 200 células/mm³.
SINTOMAS
OROFARÍNGEA: aparecimento de placas removíveis esbranquiçadas, queilite angular ou pápulas eritematosas na mucosa.
ESOFÁGICA: dor retroesternal difusa, disfagia e/ou odinofagia, normalmente sem febre.
DIAGNÓSTICO
Devido ao fungo ser comensal dessas mucosas, a cultura desse material é pouco recomendada, sendo assim o seu diagnóstico é clínico. Entretanto também pode ser realizada a endoscopia digestiva alta em casos de persistência de sintomas mesmo após o tratamento antifúngico.
TRATAMENTO
Em ambos os casos, o tratamento recomendado é com fluconazol durante 7 a 14 dias.




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